Artigo

A Saúde Emocional é um componente importante para a saúde financeira das organizações

A edição especial da Harvard Business Review, de agosto deste ano, trouxe um pensar e algumas reflexões bastante interessantes que gostaria de compartilhar com vocês e convidá-los para refletir:

A liderança existe ou é resultado de uma história? Como você tem equilibrado o exercício de liderar a execução das tarefas versus a liderança das emoções que permeiam as equipes?

As matérias falam sobre a importância de “saber equilibrar inteligência analítica e inteligência emocional”, e nos traz um pensar em: Como estamos enfatizando prazos, compromissos e tarefas em detrimento da atenção destinada, verdadeiramente, a nos conectarmos com a necessidade de compreensão e compaixão?

Estamos atentos ou negligenciando as preocupações, temores e inseguranças do time?

Quando isso acontece, ficamos presos na “armadura” de quem precisa gerenciar o orçamento, tomar decisões difíceis para garantir a viabilidade da empresa, mas “cegos” para ouvir e entender o que está a nossa volta, impactando duramente na construção de um ambiente de confiança, respeito e produtividade.

A eficiência vem desse equilíbrio de olhares, dessa abertura para ouvir e perceber o que a equipe ouve, vê e sente. “O professor Jack chama essas duas redes de ‘polos opostos’ da razão. Ambas envolvem atividade cognitiva, ambas envolvem pensamento rápido e lento, ambas envolvem a razão. No entanto, o raciocínio analítico se refere mais a informações e análises e o raciocínio empático se refere a pessoas ou observações qualitativas”. (Harvard Business Review, agosto/2020)

Como colocá-las em equilíbrio? Reconhecendo nossa predileção para, conscientemente, exercitar a oposta, desenvolver um maior equilíbrio entre ambas é fundamental.

Somente quando investimos no autoconhecimento, na gestão pessoal, na consciência social e na gestão dos relacionamentos, desenvolvemos as habilidades tão necessárias para sermos plenos na missão de liderar times.

A pandemia apenas evidenciou tendências que vinham sendo discutidas e trouxe à tona o fato de que a saúde emocional é um componente importante para a saúde financeira das organizações.

 

Os transtornos emocionais e mentais representam um custo que não pode mais ser encarado como algo invisível. Um estudo da London School of Economics sobre a depressão no ambiente de trabalho no Brasil aponta que o distúrbio implica mais de 78 bilhões de dólares em produtividade perdida, devido tanto ao absenteísmo (faltas não programadas) quanto ao presenteísmo (quando o colaborador comparece ao trabalho, mas não está se sentindo bem). No caso do presenteísmo, apenas esse, corresponde a um custo de 63 bilhões de dólares.

Ter estratégias de ação, ligadas à saúde emocional, contribui com a prevenção do surgimento desses problemas.

Ao mesmo tempo em que existem os transtornos emocionais e suas consequências, como desmotivação e queda de produtividade, é possível migrar para o lado oposto, o de um bem-estar emocional que promove propósitos pessoais e profissionais, reduz custos com saúde e inibe índices de turnover (rotatividade). Segundo a Human Capital Institute e a International Coaching Federation, uma cultura de desenvolvimento pessoal gera aumento de 68% em produtividade, 56% em engajamento e 30% em retenção de talentos.

Uma cultura pautada em performance está pautada também no bem-estar e na resiliência. A saúde emocional deve ser amplamente falada no dia a dia da empresa, sem tabus. Pense nisso!